O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou que trabalha para viabilizar a chamada de aproximadamente mil candidatos do último concurso para a área de investigação. A declaração foi dada em entrevista concedida em 7 de outubro.
Segundo Curi, a atual gestão já incorporou cerca de 2 mil policiais e há outros 500 em formação na Acadepol com previsão de conclusão até o fim do ano. Ele acrescentou que, com a convocação de mais investigadores, o efetivo poderá se aproximar de 12 mil servidores, patamar considerado um dos maiores da história recente da corporação.
O secretário também destacou o reforço em ferramentas tecnológicas, como softwares e soluções de Inteligência Artificial, que têm contribuído para elevar a produtividade investigativa, a exemplo do uso de reconhecimento facial e da melhoria na conclusão de inquéritos.
Unificação de cargos pode ampliar convocações
Foi aprovado na Assembleia Legislativa, em setembro, o projeto de lei 6.027/2025, que reestrutura o quadro permanente da Polícia Civil fluminense. O texto, ainda pendente de sanção, promove unificação de cargos, além de ajustes de nomenclaturas, requisitos e remunerações.
Com a mudança, o quadro passa a contar com: delegado, perito legista, perito criminal, perito papiloscopista, oficial de Polícia Civil, piloto policial e técnico de Polícia Científica.
Uma das alterações é a junção de inspetor de polícia, oficial de cartório e investigador policial no novo cargo de oficial de Polícia Civil. A expectativa é que a unificação gere mais cargos vagos a serem preenchidos, favorecendo chamadas adicionais, especialmente para a nova carreira de oficial.
O governador Cláudio Castro já havia sinalizado que o objetivo é convocar o máximo possível dentro das vagas disponíveis e que a unificação das carreiras tende a facilitar esse movimento.
Novo concurso autorizado com 414 vagas
Há autorização para um novo concurso da Polícia Civil do Rio de Janeiro com 414 vagas distribuídas entre quatro cargos de nível superior:
- delegado: 85 vagas
- perito criminal: 76 vagas
- perito legista: 251 vagas
- piloto policial: 2 vagas
Para delegado, exige-se diploma de bacharel em Direito, sem necessidade de prática jurídica ou experiência policial prévia. A remuneração inicial é de R$ 26.981,77.
Para piloto policial, é necessário nível superior e licença de piloto comercial emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os ganhos iniciais são de R$ 13.981,45.
No caso de peritos, serão aceitas diferentes formações. Com a eventual sanção da nova lei de estruturação, os cursos de nível superior válidos tendem a ser:
- perito criminal: diploma em Agronomia, Biomedicina, Biologia, Ciências Atuariais, Contabilidade, Economia, Engenharias, Farmácia, Física, Geologia, Informática, Medicina Veterinária, Química ou outras graduações nas áreas da Saúde, Ciências Exatas, Ciências da Terra ou Ciências Biológicas
- perito/médico legista: diploma em Medicina, Odontologia ou Farmácia
Para perito criminal e piloto policial, o curso superior deverá ter duração mínima de quatro anos, não sendo aceitos diplomas de tecnólogo. As remunerações previstas para peritos legistas e criminais são de R$ 13.786,36.
Etapas do concurso
Os preparativos seguem na fase de escolha da banca organizadora, com processos independentes para delegado e para os demais cargos. De acordo com o termo de referência, as etapas previstas são as seguintes:
Perito e piloto
- 1ª etapa: prova de conhecimentos
- 2ª etapa: teste de capacidade física
- 3ª etapa: exame psicotécnico
- 4ª etapa: exame médico
Delegado
- 1ª etapa: prova objetiva preliminar
- 2ª etapa: provas discursivas específicas
- 3ª etapa: provas orais
- 4ª etapa: exame psicotécnico
- 5ª etapa: exame médico e teste de capacidade física
Os aprovados nas fases anteriores serão convocados para o Curso de Formação Profissional (CFP). A estimativa é receber cerca de 15 mil inscrições para delegado e entre 15 mil e 20 mil candidaturas para perito e piloto, com base em seleções passadas.